Vocês já devem ter cansado de escutar que no Brasil coisas esdrúxulas viram moda. Que o brasileiro é criativo, não resta dúvidas. O problema é que, que o brasileiro é um grande "copiador", também não. Não seria problema se todo o brasileiro primasse pelo bom gosto na hora de copiar. Tudo bem, eu respeito o livre arbítrio de quem quer usar roupas de personagens “suburbanas-descoladas” da novela das oito, que são uma afronta ao meu gosto pela harmonia visual, e de quem quer fazer danças “genérico robóticas” de “boyband made in USA” nos programas da tarde de domingo. Posso conviver com isso com algumas boas doses de Aspirina. O fato é que, os acontecimentos que viram moda não acabam por aí.
Um dia, uma linda menina e seu namorado resolveram matar os pais da bela. Estão lembrados? Foi chocante e todos nós fomos obrigados a ouvir milhares de comentários de todos os gêneros, números e graus. Foi tão chocante e tão comentado que virou moda. E desde então é "clássico da estação" dar facada, machadada, paulada na mãe; tiro, flechada, surra no pai... Ode ao jeitinho brasileiro, fazendo a diferença até no padrão da moda.
Dessa vez, sem muito alarde nas mídias, as vítimas foram Arnaldo Zeni e Odette Zeni. O crime ocorrido em 2005 seguiu a moda Suzane. O casal foi morto pela filha Sônia Maria Zeni Prosdócimo e pelo neto Márcio Zeni, sendo a filha a mentora do crime. Percebem? O padrão clássico, homem e mulher, sendo a mulher a idealizadora do plano. Por falar nisso, sempre ouvi falar que as mulheres são realmente mais conhecedoras e adeptas da moda.
O que me fascina no povo brasileiro, sem sombra de dúvidas - e me desculpem pela repetição - é o tal jeitinho brasileiro. O padrão é clássico, mas vamos dar pontos à criatividade. Arnaldo foi inicialmente sufocado com meias e Odette recebeu uma batata inglesa na boca. Um transformador de 220W foi utilizado para provocar choques e possíveis ataques cardíacos no casal. Seguindo a maratona, que deve ter sido pra lá de cansativa, o casal foi enrolado em lençóis e edredons para que os gritos não fossem ouvidos durante o estrangulamento e por fim, mas não menos importante, a cabeça de Odette foi enrolada com filme plástico para embalar alimentos.
São cinco estrelinhas por criatividade. Mais cinco por cara de pau. No dia seguinte a mãe e o filho chamaram a polícia alegando que o casal havia morrido por causas naturais. A farsa, ao menos, não durou muito e os dois foram presos em flagrante. Outras cinco estrelinhas vão para o sistema brasileiro, que apenas ontem (terça, 9) julgou e, ao menos, condenou o caso. Sônia, de 61 anos, foi condenada há 27 anos pelo crime, 13 anos pelo pai e 14 pela mãe. Estou certa que a estratégia do filme plástico ao redor da cabeça lhe rendeu esse ano de diferença entre um e outro. Márcio morreu em 31 de dezembro de 2005, aos 34 anos, por problemas pulmonares ocasionados pelos seus singelos 120 quilos.
No Brasil, situações esdrúxulas viram moda. Eu me pergunto, por onde anda o fator humanidade da humanidade? Agora, como se não bastasse matar os pais, tem gente a dar com os pés jogando os filhos pela janela, pela sacada, do carro... Não há motivos que justifiquem tal tipo de crime, e se seres que se dizem humanos, como Sônia e Márcio, forem cruzar o meu caminho aqui na Terra, vou pedir aos marcianos que me tirem desse planeta azulzinho com urgência. Não quero ficar aqui pra ver crimes, avaliados por estrelinhas amarelas no canto direito inferior à manchete, estampando as colunas de moda que virão a ser publicadas num futuro, quem sabe, mais próximo do que se imagina.
Crítica elaborada com base numa notícia verídica em 10 de setembro de 2008.
Um dia, uma linda menina e seu namorado resolveram matar os pais da bela. Estão lembrados? Foi chocante e todos nós fomos obrigados a ouvir milhares de comentários de todos os gêneros, números e graus. Foi tão chocante e tão comentado que virou moda. E desde então é "clássico da estação" dar facada, machadada, paulada na mãe; tiro, flechada, surra no pai... Ode ao jeitinho brasileiro, fazendo a diferença até no padrão da moda.
Dessa vez, sem muito alarde nas mídias, as vítimas foram Arnaldo Zeni e Odette Zeni. O crime ocorrido em 2005 seguiu a moda Suzane. O casal foi morto pela filha Sônia Maria Zeni Prosdócimo e pelo neto Márcio Zeni, sendo a filha a mentora do crime. Percebem? O padrão clássico, homem e mulher, sendo a mulher a idealizadora do plano. Por falar nisso, sempre ouvi falar que as mulheres são realmente mais conhecedoras e adeptas da moda.
O que me fascina no povo brasileiro, sem sombra de dúvidas - e me desculpem pela repetição - é o tal jeitinho brasileiro. O padrão é clássico, mas vamos dar pontos à criatividade. Arnaldo foi inicialmente sufocado com meias e Odette recebeu uma batata inglesa na boca. Um transformador de 220W foi utilizado para provocar choques e possíveis ataques cardíacos no casal. Seguindo a maratona, que deve ter sido pra lá de cansativa, o casal foi enrolado em lençóis e edredons para que os gritos não fossem ouvidos durante o estrangulamento e por fim, mas não menos importante, a cabeça de Odette foi enrolada com filme plástico para embalar alimentos.
São cinco estrelinhas por criatividade. Mais cinco por cara de pau. No dia seguinte a mãe e o filho chamaram a polícia alegando que o casal havia morrido por causas naturais. A farsa, ao menos, não durou muito e os dois foram presos em flagrante. Outras cinco estrelinhas vão para o sistema brasileiro, que apenas ontem (terça, 9) julgou e, ao menos, condenou o caso. Sônia, de 61 anos, foi condenada há 27 anos pelo crime, 13 anos pelo pai e 14 pela mãe. Estou certa que a estratégia do filme plástico ao redor da cabeça lhe rendeu esse ano de diferença entre um e outro. Márcio morreu em 31 de dezembro de 2005, aos 34 anos, por problemas pulmonares ocasionados pelos seus singelos 120 quilos.
No Brasil, situações esdrúxulas viram moda. Eu me pergunto, por onde anda o fator humanidade da humanidade? Agora, como se não bastasse matar os pais, tem gente a dar com os pés jogando os filhos pela janela, pela sacada, do carro... Não há motivos que justifiquem tal tipo de crime, e se seres que se dizem humanos, como Sônia e Márcio, forem cruzar o meu caminho aqui na Terra, vou pedir aos marcianos que me tirem desse planeta azulzinho com urgência. Não quero ficar aqui pra ver crimes, avaliados por estrelinhas amarelas no canto direito inferior à manchete, estampando as colunas de moda que virão a ser publicadas num futuro, quem sabe, mais próximo do que se imagina.
Crítica elaborada com base numa notícia verídica em 10 de setembro de 2008.