sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Amor;

eu fiquei muito triste quando descobri que você morreu. Teria sido uma perda quase insuportável se você já não estivesse longe de mim a tanto tempo. Longe a ponto de eu nem ter tomado conhecimento dos fatos no momento exato da tua partida. Aliás, esse é um momento que eu desconheço até hoje.
Podias ao menos ter me mandado um sinal de fumaça avisando que tu estavas te afastando do meu peito. Não recebi nem um alerta. Logo eu, que sempre te jurei eternidade.
Amor, desculpa por eu não conseguir te deixar descansar em paz. É que você partiu e deixou dentro de mim tantas perguntas, coisas que eu ainda não me sinto preparada pra responder. Amor, me disseram que você não morreria. Se é assim, onde está você, se não aqui dentro de mim?
Amor, desculpe-me por escrever tanto e já não escrever mais pra você. Tu sempre soube que meus escritos nem são tão sinceros assim. Nenhum deles. Aliás, os de quem o são?
Desculpa ficar te procurando entre esses túmulos. É que ainda ando meio vazia. Não sei direito o que fazer sem você aqui, se não for te procurar. Cansei de revirar cadáveres. O pior de tudo é que estou ficando com raiva deles. De todos, de tooodos eles.

15 de janeiro de 2008.