sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Meu retrato embaraçado

Sou a criança entre mil pensamentos mirabolantes,
bolas de cristal e mandalas,
bruxas e vampiros,
segredos e bonecas de porcelana.
A criança que se encontra,
- ou se perde. -

A adolescente normal;
com crises, confusões e um esconderijo de frente pro mar.
Tomada por fases, receios, inconstâncias e indefinições.
Quem sabe... não tão normal assim.

Alguém que não descobriu ao certo se é condutora ou acompanhante da própria história.

Feita de páginas a fio,
noites escuras,
sonhos,
lágrimas incontidas e um romantismo incurável.

Menina mutante.
Não tão decidida se têm várias opções.
Loucura e lucidez, alegria e tristeza, tudo junto.

Alguém que gasta muito tempo pra coisas práticas,
que ultrapassa limites,
pensa demais e não se contenta com equilíbrio,
- apesar de desejá-lo o tempo inteiro. -

Sou meu próprio labirinto, meu sufoco e minha distração.
Procuro a luz, mas os poucos raios que encontro, eu tampo com as mãos.

Sou a cigana de uma terra distante,
telespectadora saudosista do passado,
menina e mulher,
portadora de marcas permanentes sob a pele,
fogo e vida,
a parte não traduzida de um longo romance que vai de Clarice Lispector a Sidney Sheldon.

Auto-retrato - Aula de Redação e Expressão Oral I.
04 de setembro de 2008.