sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Eu gosto de dormir ouvindo música apesar de sempre desligar a música na hora de dormir. Eu não tenho hora pra dormir e não sei nadar ainda. Assisto uma quantidade assustadora de filmes e, sempre que possível, com pipoca, brigadeiro e guaraná. Aham, guaraná, porque coca é meio ruim. Tenho algumas idéais boas, se você tiver paciência pra selecionar. Sou péssima pra contar piadas, rio de coisas que a princípio não parecem nada engraçadas e sou viciada em baixar músicas na internet. Eu falo demais, as vezes. Mas, se eu não falo, as pessoas estranham e perguntam se eu to bem. Penso demais e complico demais sempre. Eu sou inquieta. Realmente penso que esse mundo não foi feito pra mim. Ou eu quem não foi feita pra esse mundo, enfim. Não consigo me preocupar com o que, bom, as pessoas normais se preocupam. Minha felicidade é bem diferente das felicidades que eu vejo por aí. Sonho muito, fantasio muito e no momento não sei direito o que sonhar. Prefiro viver dentro de mim. Escrevo coisas que não fazem sentido no meio da madrugada. Acordo tarde e tenho a impressão que o meu dia nunca rende. Eu não gosto de ter medo, mas eu tenho e odeio três vezes quando ele me domina. Me canso das pessoas medrosas demais. Falo sozinha em inglês e ainda pretendo viajar pra fora do Brasil. Matei aula poucas vezes e já quis matar alguns milhões de professores. Odeio a palavra arrumar. Arrumar dinheiro, arrumar o quarto, arrumar a mala, arrumar espaço. Sou desarrumada e nada prática. Sou subjetiva, acredito no que não posso provar. Não sei o que quero ser quando crescer. Não gosto de cantar parabéns nos aniversários. Não consigo ver sangue sem passar mal e antibiótico já não faz muito efeito no meu corpo. Não tirei os sisos ainda e to começando a perceber o quanto esse tal de juízo dói pra nascer. Eu falo baixo quando tenho que falar alto e falo alto quando tenho que falar baixo. As vezes sou muito grudenta mesmo sabendo que ninguém gosta disso. Não gosto de beterraba, não gosto de barulho na hora da prova e não gosto de laranja quando tá doce. Gosto mais da parte branca do que da parte vermelha da melancia. Ouço a mesma música um milhão de vezes e juro que meu quarto tem isolamento sonoro. Música? De preferência bem alta e sempre. Eu adoro cartas e guardo todas. Não gosto de preconceitos e não gosto de salto muito fino e muito alto porque não consigo andar. Não me sinto bem usando vestido, mas as vezes uso. Tenho umonte de calças jeans mas sempre encontro algum defeito nelas. Acho os meus pais o casal mais lindo do mundo. Meu cabelo é um caso a parte e eu ainda não entrei num acordo com ele. Nunca vi um furão. Acho que furões não existem. Nem girafas. Sou péssima pra dar presentes e se tivesse uma gata ela se chamaria Raiska. Não sei blefar jogando truco e sempre esqueço de dizer "uno" quando to quase vencendo o jogo. Eu sempre esqueço de alguma coisa e, apesar de saber disso, nunca lembro do que esqueci. Eu gosto de laranja e roxo separados. Juntos eu gosto de preto e branco, vermelho e preto, cinza com verde.. Nunca gostei de usar amarelo, mas uso com uma frequência relevante ultimamente. Prefiro oncinha porque zebrinha eh meio brega. Sou friorenta e até como sorvete, mas gosto mesmo de chocolate. Tenho problemas pra comer, com horários pra dormir, pra entender e pra viver. Eu escuto músicas e fico achando que foram feitas pra mim. Eu como e sinto vontade de dormir e, se eu durmo, sinto fome. Não encontro palavras pra me definir e eu não sou, nem de perto, o que gostaria de ser. Eu sou uma contradição. Uma explosão daquelas bem iluminadas. Eu sou acidente de carro. Daqueles bem graves. Sou bem mais que isso, mas sacomé.

9 de junho de 2008.